quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Conferência Livre Comunicação de Foz tem apoio da comunidade


Representantes de diversos segmentos da cidade comparecem ao debate


Plenária

A Conferência Livre de Comunicação de Foz do Iguaçu, realizada no último sábado (3), na Câmara Municipal de Vereadores teve um debate de alto nível. A discussão envolveu professores, estudantes, jornalistas, blogueiros, advogados, entidades e demais representantes da sociedade. Muitas ideias, críticas e sugestões de como democratizar a comunicação no país foram apresentadas e discutidas. CLIQUE AQUI E VEJA A CARTA DE FOZ DO IGUAÇU.



Wemerson Augusto Vice-presidente do Sindijor
A programação começou às 9h30 com a discussão: “Direito Humano à Comunicação e Democratização da Mídia”. A mesa foi formada pela professora da Unioeste de Marechal Cândido Rondon Carla Silva e pelas jornalistas Aniela Almeida (Sindijor) e Rachel Bragatto (Coletivo Intervozes). O mediador da discussão foi o professor da rede estadual de ensino, Fabiano Severino.

“A contrainformação é primordial para a democratização da comunicação”, destaca Carla Silva. Para ela, é preciso disputar e quebrar a hegemonia da imprensa tradicional. Uma das formas de romper com este bloqueio, segundo a professora, pode estar no exemplo dos movimentos de comunicação popular que conseguem se contrapor à desinformação provocada pelos meios tradicionais.


Raquel Bragatto (jornalista, Coletivo Intervozes)

O debate possibilitou a desmistificação de temas que são invertidos pelos interesses comerciais e políticos dos empresários das mídias. A criminalização dos movimentos foi uma dos temas bem discutidos, Carla citou ainda o exemplo dos grevistas que são diariamente taxados de baderneiros e dos representantes do MST que chamados de invasores.

Desmitificar - Com o objetivo de propor uma analise de como os grandes meios descumprem a Constituição, a jornalista Raquel Bragatto fez um resgate histórico sobre as concessões de rádios e televisões no país. Bragatto lembrou que muitas pessoas no Brasil, inclusive comunicadores, desconhecem a legislação das concessões.

Em sua fala Raquel comentou sobre os artigos da Constituição Federal, entre eles o 223, que trata da outorga, renovação, permissão e autorização do serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens. Baseada neste artigo, a palestrante indagou que desconhecia no país grupos que haviam perdido as concessões. Segundo ela, embora a lei afirme que a concessão seja de 10 anos para rádio e de 15 anos para a televisão, “tornou-se comum no país sua renovação automática, o que garante que os veículos mantenham suas concessões indefinidamente”, acusa.


Silvio Campana e estudantes do ensino médio
Raquel Bragatto, falou também sobre as campanhas nacionais das rádios comerciais que buscam colocar as rádios comunitárias na ilegalidade. É comum e quase diário as rádios lançarem campanhas com as seguintes chamadas: “rádios piratas podem causar acidentes aéreos” ou “... denuncie as rádios piratas”. “Piratas são estas rádios que usam nosso espaço aéreo e lucram com isso...”, desabafa.




Edson Marinheiro, Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM)
Momento único - Muitas conferências já foram realizadas no país. “Mas esta é a primeira vez que os brasileiros discutem de forma organizada e oficial em seus municípios e estados, propostas para a criação de políticas públicas de comunicação”, revela Aniela Almeida. De acordo com Aniela, “apesar de todas as dificuldades e formato desfavorável para a sociedade civil, a Conferência de Comunicação é uma boa oportunidade para avançarmos e propormos mudanças na forma de fazer comunicação”.

A singularidade da conferência também foi sentida pelos produtores de mídia independente de Foz do Iguaçu que realizaram um bate - papo descontraído e revelador para muitos presentes. A conversa foi protagonizada por Silvio Campana (Revista Escrita e Guatá - Cultura em Movimento), Eliseu Pirocelli “Lizal” (Fanzine Cartel do Rap), Guilherme Wojciechowski (Sopa Brasiguaia), Jackson Lima (Blog de Foz) e Alexandre Palmar e Wemerson Augusto (Megafone).


Carlos Luz, Guilherme Wojciechowski, Alexandre Palmar, Silvio Campana, Jackson Lima, Wemerson Augusto e Eliseu Pirocelli “Lizal”

Os responsáveis pelas mídias apontaram alternativas para driblar o embargo imposto pela grande imprensa. Cada um demonstrou um pouco dos caminhos e a forma de trabalho com estes veículos independentes. Projetos, dificuldades, sonhos, realidades foram apresentados. A conversa também possibilitou diversas intervenções do público.
Ao final das atividades os presentes foram convidados a participar da elaboração da Carta de Foz do Iguaçu, para qual apresentaram e votaram propostas com vistas à melhora da Comunicação feita no país.

(Sindijor - Subseção de Foz do Iguaçu e Região)




MAIS FOTOS DA CONFERÊNCIA LIVRE DE FOZ DO IGUAÇU




Carla Silva, professora da Unioeste (Marechal Cândido Rondon)









Jackson Lima, jornalista e blogueiro









Aniela, dirigente do Sindijor










Eliseu Pirocelli “Lizal”, Guilherme Wojciechowski, Alexandre Palmar, Silvio Campana, Jackson Lima, Wemerson Augusto, Carlos Luz e Luciano Alves no púlpito








Psiquiatra José Elias Aiex Neto









Sonia Mendonça, Coordenadora dos cursos de comunicação social da UDC









(Sindijor - Subseção de Foz do Iguaçu e Região) - Fotos: Marcos Labanca

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