sexta-feira, 1 de julho de 2011

Eles faturam e nós permanecemos esperando o aumento real

No dia em que os jornalistas paranaenses completam nove meses sem uma Convenção Coletiva de Trabalho assinada e rumando para o 15º. ano sem aumento real, é bom lembrar que não é pela alegada "crise financeira" que os veículos estão deixando de pagar aumento real a nós, ao contrário do que acontece com 94% das categorias profissionais no País, que tiveram aumento em seus pisos salariais acima da inflação no ano passado. Segundo dados do Projeto Inter-Meios, da revista Meio & Mensagem, a região Sul teve um verdadeiro boom no faturamento das TVs, com um incremento de 20,49% na receita publicitária no ano.
 
No ano passado, nos caixas das TVs do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul entraram R$ 2,34 bilhões, contra R$ 1,94 bilhão do ano anterior. Em rádio, o Sul registrou aumento de quase 17% nas receitas, contra uma média nacional de menos de 11%. Já no segmento jornal, se o desempenho do faturamento no país não foi tão expressivo (incremento de 3,4%), na região do Paraná o aumento foi bem melhor: 6,33%. Hoje, nas redações, jornalistas vestiram preto e roxo para lembrar que amargamos 14 anos e nove meses de penúria, com salários retraídos e vendo que nós, relativamente a outras categorias, perdemos respaldo financeiro. Em 1996, com o piso de R$ 903,84, o jornalista iniciante recebia o equivalente a cerca de oito salários mínimos.
 
Em 2011, o piso equivale a menos de quatro salários mínimos. A indignação dos jornalistas prossegue neste sábado, a partir das 11h, no Calçadão de Cascavel, onde acontece uma panfletagem promovida pela regional do Sindijor para mostrar à população da cidade que jornalista ganha mal e que isso não sai no jornal.
 
(Sindijor)

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