quinta-feira, 28 de junho de 2012

Protestos contra golpe no Paraguai aumentam na fronteira com Foz


* Fernanda Regina

Centenas de pessoas protestaram nesta quarta-feira, em Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu, contra o golpe que derrubou o presidente Fernando Lugo e abalou a democracia no Paraguai.

Os manifestantes saíram em caminhada pelas vias centrais; da prefeitura, onde estão acampadas, em direção à aduana no país vizinho. Devido à marcha, o trânsito na região aduaneira, perto da Ponte da Amizade, foi interrompido por 15 minutos.

Pacífico, o ato contou com participação de trabalhadores das camadas sociais mais populares. Participaram da manifestação cerca de 20 movimentos sociais, além de acadêmicos da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), sediada em Foz do Iguaçu.

Análise - A cobertura da imprensa é heterogênea. Parte tem focado na essência dos atos públicos. Mas muitos veículos focam as notícias nos transtornos que o protesto pode causar na região, como os prejuízos na economia causados pelo fechamento da Ponte da Amizade, ou nos interesses dos latifundiários brasileiros pelas terras no Paraguai.

Outro ponto de divergência editorial está ligado à própria existência de manifestações. Num primeiro momento, foram negados os manifestos na região. Atualmente, alguns veículos tentam desqualificar os atos ao considerá-los inexpressivos, usando para isso a estratégia de manipular imagens e dados sobre adesão da população.

Protestos - O fato é que existe, SIM, descontentamento por parte dos paraguaios, que estão engrossando os protestos contra “o golpe parlamentar” e em apoio à democracia. Desde o golpe, no dia 22, têm ocorrido várias manifestações no país vizinho, tanto em Assunção quanto no interior.

Nas Três Fronteiras, ocorreram atos já na própria "sexta-feira negra". Na Ponte da Amizade, universitários hastearam uma mensagem gigante repudiando o golpe. E no Consulado do Paraguai em Foz do Iguaçu colaram cartazes em apoio à democracia.

Na segunda-feira passada, acadêmicos da Unila se reuniram na praça onde está a pedra fundamental do memorial em homenagem as vítimas das ditaduras na América do Sul, em Foz, para um ato de repúdio contra a decisão do Congresso paraguaio.

As fotos de todos esses atos foram publicadas em parte dos veículos de comunicação da fronteira, mas atualmente são difundidas, principalmente, nas redes sociais. O SINDIJOR reproduz algumas em seu site.

 Fernanda Regina é diretora de cultura da subseção do Sindicato dos Jornalistas em Foz do Iguaçu.

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