Editorial do Extra Pauta
(julho).
A nova gestão do Sindijor
assume com uma série de desafios que já fazem parte do cotidiano de qualquer sindicato
de jornalistas do país. Em boa parte, trata-se de problemas decorrentes da
própria condição do mercado que impõe a necessidade constante de competitividade tanto entre empresas como entre
trabalhadores.
Esta não é uma condição
exclusiva do ramo da comunicação, onde as perspectivas para os novos e
experientes jornalistas estão cada vez mais nebulosas. Trata-se de uma
conjuntura que se aplica a todos os setores da classe trabalhadora por meio do
rebaixamento das condições de trabalho,
de direitos e da qualidade de vida.
O resultado pode ser percebido
no contínuo processo de precarização marcado pela intensificação do trabalho, metas
pelo aumento da produtividade, pela multifunção e pela desvalorização dos
saberes profissionais. Ao mesmo tempo, verifica-se uma tensão dos empregadores no
sentido tornar obsoletos os direitos previstos em convenções, acordos ou leis.
É a extensão da jornada de trabalho, o banco de horas, o achatamento dos
salários, transformando o piso em teto,
os desvios de função, entre outras exigências alimentadas pelo receio de perda do
emprego e que, aos poucos, vêm sendo naturalizadas na prática do jornalismo.
Mas não se pode esquecer que o
jornalismo é feito por pessoas e que, em condições inapropriadas, estão
sujeitas aos riscos de doenças decorrentes do trabalho precarizado.É o que traz o jornal Extra
Pauta deste mês, como matéria especial, tratando do caso dos repórteres
cinematográficos Alcionir e Geremias. Os casos ilustram a realidade de
profissionais que são expostos a dura rotina
que se transforma em uma verdadeira “máquina de moer carne”, causando sequelas
que serão carregadas para o resto da vida.
O risco à integridade ou à
saúde, seja ela física ou mental, é uma condição própria da profissão de
jornalista. A questão a ser respondida é qual o grau de exposição que a
categoria está disposta a aceitar. O fato é que este é um prejuízo que os
empregadores não estão dispostos a arcar, porque não está calculado no
pagamento dos salários ou na cobrança por produtividade com qualidade. É por
isso que precisamos retomar os argumentos que justificam anecessidade de condições
especiais para os jornalistas ou, mais especificamente, uma jornada de trabalho
de 5 horas diárias e não 6, 8 ou 10 horas por dia.
Nesta primeira edição do
jornal, editado pela gestão “Juntos somos mais fortes”, queremos reafirmar
nosso compromisso por um sindicalismo em defesa dos interesses da categoria.
Acreditamos que isto passa pela construção de uma organização de caráter
classista e que é desta forma que poderemos
avançar rumo à valorização profissional e na defesa da qualidade de vida de
quem realmente faz o jornalismo paranaense.
Aos empregadores, afirmamos que
este é o nosso “cartão de visitas”. Aos
jornalistas paranaenses, fazemos o convite para participarem das atividades do
seu sindicato,sugerir, debater e se integrar
a uma luta coletiva, pois é juntos que somos mais fortes!
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