domingo, 20 de dezembro de 2009

Confecom desmacara ditadura dos empresários

A 1ª Conferencia Nacional de Comunicação (Confecom) já pode ser considerada uma vitória. Foi a primeira vez que a sociedade teve voz e voto para pautar as políticas públicas de comunicação do Brasil. Tanto é verdade que a grande imprensa fez questão de apagar e desvirtuar este processo que busca construir uma comunicação mais igualitária, cidadã e humana. E por ironia do destino, o marco desta história foi Brasília (DF).

Para quem não acompanhou este boicote, segue abaixo a transcrição do editorial do Jornal Nacional do dia 14 de dezembro de 2009. Só para lembrar, o mesmo continua líder de audiência. O programa insiste em induzir o povo ao que “pensar”, “falar” e discutir. A conhecida história da agenda setting. Apesar de manter-se no topo, o senhor das 8 apagou as velas dos 40 anos com o menor Ibope de sua história.


"Conferência de Comunicação debate controle social da mídia e nova lei de imprensa

Começou, nesta segunda-feira, em Brasília, a primeira Conferência Nacional de Comunicação, que pretende debater propostas sobre a produção e distribuição de informações jornalísticas e culturais no país. Entre as propostas, estão o controle social da mídia por meio de conselhos de comunicação e uma nova lei de imprensa.

O fórum foi convocado pelo Governo Federal e conta com 1.684 delegados, 40% vindos da sociedade civil, 40% do empresariado e 20% do poder público.

Mas a representatividade da conferência ficou comprometida sem a participação dos principais veículos de comunicação do Brasil. Há quatro meses, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, a Associação Brasileira de Internet, a Associação Brasileira de TV por Assinatura, a Associação dos Jornais e Revistas do Interior do Brasil, a Associação Nacional dos Editores de Revistas e a Associação Nacional de Jornais divulgaram uma nota conjunta em que expõem os motivos de terem decidido não participar da conferência.

Todos consideraram as propostas de estabelecer um controle social da mídia uma forma de censurar os órgãos de imprensa, cerceando a liberdade de expressão, o direito à informação e a livre iniciativa, todos previstos na Constituição.

Os organizadores negam que a intenção seja cercear direitos. A conferência foi aberta com a participação do presidente Lula".

Realidade - A Confecom buscou dar voz a todos os atores da sociedade. Infelizmente, os medias sentem pânico da participação popular. Temem a construção de uma comunicação mais próxima da realidade dos 5563 municípios brasileiros. E por esta razão, ausentaram do debate. Pensaram que fugindo da discussão conseguiriam desmerecer o ato. O resultado foi o inverso. Ficou mais claro para a população brasileira qual é o real interesse dos empresários.

Ao todo mais 600 propostas foram votadas. Entre elas, o fim da criminalização das rádios comunitárias; código de ética do Jornalismo brasileiro; “cláusula da consciência” aos profissionais de comunicação na regulamentação da nova lei de imprensa; criação do Conselho Federal dos Jornalistas (CFJ); necessidade da formação superior específica em Jornalismo para exercício da profissão.

O povo, através de seus delegados, marcou presença na Confecom. Todos os estados tiveram espaço para dialogar propostas discutidas nas etapas estaduais, intermunicipais e municipais. Como é o caso deste que vos escreve, Wemerson Augusto, juntamente com Carol Miskalo, representou o movimento social de Foz do Iguaçu para a construção desta nova agenda da comunicação.

Mais informações

http://www.confecom.gov.br/

http://acordajornalista.blogspot.com/


(Sindijor - Wemerson Augusto)

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