segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Eles querem avançar... na retirada dos direitos dos jornalistas

Proposta patronal é piso 40% menor para o interior
A reunião desta segunda-feira entre representantes do Sindijor-PR e patrões de rádio, TV, jornais e revistas, foi frustrante mesmo para quem tinha as piores expectativas. A proposta apresentada pelos patrões é que o piso dos jornalistas, para qualquer cidade que não seja Curitiba, não só não tenha reajuste como passe a ser 40% menor que o valor atual. As empresas, que, no caso das TVs, tiveram crescimento de 33% no faturamento no primeiro semestre, não precisariam pagar mais que R$ 1.200,00 para os jornalistas em novas contratações. O novo piso – ou "porão" – valeria não apenas para pequenos municípios, mas também para cidades de porte médio a grande, como Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Ponta Grossa. A proposta foi feita verbalmente, e os patrões não explicitaram nenhuma garantia de que os empregos com salário atual seriam mantidos.
 
A vergonhosa pauta inclui ainda o congelamento do anuênio (hoje única forma de progressão salarial efetiva) conjugado com um plano de participação nos resultados (PPR) feito empresa por empresa (que certamente seria bastante limitado nas empresas menores). Os petardos não param por aí. O ataque aos nossos direitos inclui a redução do adicional por hora extra de 100% sobre a hora normal, o qual cairia para 50%, necessariamente acompanhado de um banco de horas em que uma hora trabalhada é compensada por uma de folga (e não uma por duas, como sugere hoje o nosso regime de hora extra).
 
Os nossos patrões, que são hábeis em apresentar propostas ruins, conseguiram se superar desta vez, e não ofereceram nada além do que esta perda de direitos e a renovação de todos os demais itens da atual convenção, sem qualquer avanço, ou seja, foram solenemente desconsideradas todas as reivindicações, aprovadas em Assembleia no final do Congresso dos Jornalistas de Foz, como aumento real, vale-alimentação, plano de saúde e reajuste nos índices de comissionamento para editores, valorização da produção local (70%), licença maternidade estendida (180 dias), adicional noturno de 50% (hoje é de 20% e não é pago por algumas empresas), obrigatoriedade da marcação do ponto, estabilidade pré-aposentadoria de cinco anos, obrigatoriedade de jornalista responsável por veículo (no caso de impressos) ou programa (no caso de rádio e TV) e proporção entre número de repórteres e editores.
 
A próxima reunião ficou marcada para o dia 18 de outubro, na sede da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp). Até lá, queremos saber qual sua opinião sobre a proposta patronal de reduzir o piso no interior e suprimir direitos dos trabalhadores. Mande sua mensagem para sindijorfozeregiao@gmail.com ou extrapauta@sindijorpr.org.br

Um comentário:

  1. Para variar o sindicato patronal propõe a degradação absoluta de nossa categoria. Espero que os jornalistas amiguinhos dos patrões caiam na real. Eles desprezam nosso trabalho e só o utilizam com interesse pessoal.

    Este é um momento de união e aproximação com o sindicato, cujo papel é exclusivamente defender a classe, ao contrário do que algumas pessoas facilmente influenciáveis e puxa-sacas pensam. Ou vão aceitar caladas a proposta de redução do salário e demais absurdos propostos pelos "generosos" patrões? É hora de ter dignidade e mobilizar-se, de fazer algo e não ficar esperando passivamente que façam por você.

    Douglas Furiatti, jornalista profissional

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